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Felicity Lawrence denuncia a indústria mundial de alimentos

Substâncias danosas ao organismo geram lucros bilionários.

A indústria mundial de comida nos alimenta mal, cria hábitos pouco saudáveis, nos entope de substâncias danosas ao organismo, enquanto acumula lucros bilionários. Grandes empresas multinacionais dominam o setor e fogem da transparência que revelaria suas práticas nocivas.

O consumidor não tem tempo para fiscalizar o que compra no mercado e depois come, sem perceber quando é manipulado pela má informação nos rótulos e na publicidade. Estas e outras denúncias aparecem no trabalho investigativo da jornalista britânica Felicity Lawrence.

Para assistir vídeo com entrevista completa com Felicity Lawrence, acessar:
http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1592313-17665,00-FELICITY+LAWRENCE+DENUNCIA+A+INDUSTRIA+MUNDIAL+DE+ALIMENTOS.html

Do site: http://sustentabilidadesemapi.blogspot.com/2010/05/felicity-lawrence-denuncia-industria.html

Alimentos contaminados


por Silvio Caccia Bava
O Brasil é o maior mercado de agrotóxicos do mundo e representa 16% da sua venda mundial. Em 2009, foram vendidas aqui 780 mil toneladas, com um faturamento estimado da ordem de 8 bilhões de dólares. Ao longo dos últimos 10 anos, na esteira do crescimento do agronegócio, esse mercado cresceu 176%, quase quatro vezes mais que a média mundial, e as importações brasileiras desses produtos aumentaram 236% entre 2000 e 2007. As 10 maiores empresas do setor de agrotóxicos do mundo concentram mais de 80% das vendas no país.

Esses produtores viram ameaçadas suas novas metas de faturamento com o anúncio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de que se propõe a reavaliar o uso de 13 produtos agrotóxicos, vários deles já proibidos há anos nos EUA, na União Europeia, e em países como Argentina, Nigéria, Senegal, Mauritânia, entre outros, como o acefato e o endossulfam. Os motivos dessa proibição são evidentes, a contaminação de alimentos, de trabalhadores rurais, e do meio ambiente, causando, literalmente, o envenenamento dos consumidores, a morte de trabalhadores rurais e a destruição da vida animal e vegetal.

Em solicitação ao Ministério Público para a proibição de um desses agrotóxicos – o Tamaron – os então deputados federais Fernando Dantas Ferro, Adão Preto e Miguel Rosseto denunciam que 5 mil trabalhadores rurais morrem, a cada ano, intoxicados por venenos agrícolas, sendo que muitos mais são afetados de maneira grave pela ingestão dos componentes químicos desses produtos.

Frente à disposição da Anvisa de reavaliar produtos como Gramoxone, Paraquat, Tamaron, Mancozeb, Monocrotfos, Folidol, Malation e Decis, o Sindag – Sindicato das Indústrias de Defensivos Agrícolas – recorreu ao Judiciário, solicitando que não sejam publicados os resultados das reavaliações. Houve mesmo iniciativas no Judiciário que pretendiam proibir os estudos da Anvisa que verificavam a segurança das substâncias de 99 agrotóxicos.

O fato é que o setor ruralista, com o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes à frente, a bancada ruralista e os fabricantes de agrotóxicos se puseram a campo contra a iniciativa da Anvisa, e mesmo contra a própria Anvisa e o seu papel fiscalizador. Segundo documento obtido pela ABRANDH – Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos, o Ministério da Agricultura quer ser o responsável pela avaliação e registro dos produtos agrotóxicos.

Para Rosany Bochner, especialista em toxicologia da Fiocruz, instituição parceira da Anvisa no trabalho de reavaliação dos agrotóxicos, “o Brasil está virando um grande depósito de porcarias. Os agrotóxicos que as empresas não conseguem vender lá fora, que têm indicativo de problemas, são empurrados para a gente”.1

Em 2002, com o início do funcionamento do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, coordenado pela Anvisa, surgiram informações preocupantes. Das 1.198 amostras recolhidas em nível nacional, 17,28% apresentavam índices de contaminação acima do permitido para se preservar a saúde. O tomate, o morango e a alface são os mais contaminados. Se você come amendoim, batata, brócolis, citros, couve, couve-flor, feijão, melão, pimentão, repolho, entre outros alimentos, cuidado! Eles contêm acefato, um agrotóxico que pode causar danos ao cérebro e ao sistema nervoso e provocar câncer no longo prazo. O acefato é proibido em toda a União Europeia.

Segundo o IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor, “o consumidor brasileiro está exposto a um risco sanitário inaceitável, que exige medidas rigorosas dos órgãos governamentais responsáveis, inclusive com a punição dos infratores”.

Essa denúncia decorre do levantamento e análise da Anvisa, feito de junho de 2001 a junho de 2002, onde nada menos que 81,2% das amostras analisadas (1051 casos) exibiam resíduos de agrotóxicos e 22,17% apresentavam índices que ultrapassavam os limites máximos permitidos.

Atualmente os agrotóxicos estão em reavaliação tanto pela Anvisa, quanto pelos Ministérios da Saúde e Meio Ambiente. E espera-se que até o final do ano seja divulgada uma nova lista dos agrotóxicos que podem continuar sendo vendidos e os que serão banidos do território brasileiro.

Ainda não existe uma ação integrada desses organismos públicos responsáveis por essa tarefa de fiscalização, mas segundo Agenor Álvares, diretor da Anvisa, a integração é algo indispensável, até para enfrentar a proposta do setor ruralista, que é inaceitável.

Silvio Caccia Bava é editor de Le Monde Diplomatique Brasil e coordenador geral do Instituto Pólis.
1 Folha de São Paulo, 17/07/2008.

 Manifestação do Coordenador da Comissão Guarani Nhemonguetá sobre a matéria publicada na revista Veja nº 2163, de 05 de maio de 2010, intitulada “a farra da antropologia oportunista”. 

 Um abuso dos formadores de opinião

 É lamentável, após tantos anos de luta para conquista e respeito ao direito indígena, me deparar com uma reportagem tendenciosa, preconceituosa, como a matéria publica na revista Veja nº 2163, de 05 de maio de 2010, intitulada “a farra da antropologia oportunista”. 

Os jornalistas Srs. Leonardo Coutinho e Igor Paulin e a jornalista Sra. Julia de Medeiros ao reportarem a situação da etnia guarani, principalmente na região da grande Florianópolis, cometeram um erro básico na construção de uma reportagem investigativa – verificar a idoneidade e a legitimidade da fonte de informações.

O Sr. Milton Moreira (foto na página 158/159) não representa as comunidades Guarani de Santa Catarina e por opção vive fora das comunidades indígenas, estabelecendo uma forte relação com o não indígena, empresário local, que tentou de várias formas deslocar a comunidade do Morro dos Cavalos no município de Palhoça para atender interesses econômicos próprios.

É uma pena que os autores desta reportagem, em passagem por nossa região não se interessaram em conhecer os verdadeiros representantes da cultura guarani, e prestaram este desserviço a todo trabalho desenvolvido pela Comissão Nhemonguetá, que reúne representantes de todas as aldeias do litoral de Santa Catarina, sempre apoiados e acompanhados nas suas decisões e reivindicações pelo Ministério Público de Santa Catarina, que confere a veracidade dos fatos, a origem das solicitações e o fundamento jurídico das solicitações, sejam elas fundiárias, sociais, antropológicas ou de bens e serviços.

Nós não precisamos provar quem somos. A própria história, construída pelos não indígenas, identifica o povo guarani como etnia tradicional desta terra. O povo guarani nunca desrespeitou a propriedade alheia; ao contrário serem foram usurpados de suas terras, impedidos de desenvolver seu modo de vida e cultura.

Esta situação se arrasta há 500 anos, desde a invasão portuguesa. Isso ocorre por ainda encontrarmos na sociedade brasileira pessoas com o mesmo “pensamento” que os autores desta matéria. Utilizam meios de comunicação de abrangência nacional, como esta revista, sem dar oportunidade aos seus leitores de construção de um pensamento crítico, devido a parcialidade da mesma, muitas vezes incorrendo com a verdade.

Então me pergunto… A quem interessa todo este movimento? O porquê das informações não terem sido verificadas?

Hoje, o povo guarani com uma população de mais de 50 mil pessoas ocupa menos que 0,05% das terras destinada aos povos indígenas no Brasil, e quase sempre em locais improdutivos e não adequados ao nosso modo de vida… Nossos antepassados chorariam se nos vissem em tal situação… Será que choraremos daqui a alguns anos, vendo nossos filhos e netos derrotados e aprisionados em pequenos pedaços de terra, vivendo como em guetos, segregados e espoliados de seus direitos, mesmo sendo os representantes legítimos da família tradicional do Brasil, que vivem nestas terras há muito mais que quinhentos anos?!!

Desafio esta revista e os autores desta reportagem a estarem juntos as nossas aldeias e conhecerem nossos jovens e anciãos para repensarem “a origem paraguaia” de nossa Nação Guarani.

Hyral Moreira

Cacique da T.I. M’Biguaçu

Presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Litoral Sul

Coordenador da Comissão Nemonguetá

Graduando em Direito na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI

BRASIL RURAL CONTEMPORÂNEO: Feira da Agricultura Familiar chega a Porto Alegre

O maior evento do gênero na América Latina será instalado em um dos mais belos cartões portais dos gaúchos

Depois do sucesso absoluto em Brasília e no Rio de Janeiro, a Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária | BRASIL RURAL CONTEMPORÂNEO chega a Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Entre os dias 13 a 16 de maio, os gaúchos vão conhecer o Brasil que dissemina práticas sustentáveis e se afirma pela diversidade e qualidade da produção de sua agricultura familiar. Emoldurada por um dos cartões postais do Rio Grande do Sul, o Cais do Porto de Porto Alegre, às margens do Guaíba, a Feira reúne 350 empreendimentos familiares de todas as regiões do País, além da anfitriã Região Sul. Serão mais de 200 toneladas de produtos a serem comercializados, além de uma vasta programação cultural.
O BRASIL RURAL CONTEMPORÂNEO vai ocupar três armazéns do Cais do Porto (A4, A5 e A6). Nesses espaços estarão à disposição do público produtos como os queijos do Rio Grande do Sul e a cracóvia do Paraná; o bombom de buriti do Cerrado, o tacacá da Amazônia e a tapioca do Nordeste; roupas e acessórios de lã de ovelha e crina de cavalo do Rio Grande do Sul e bolsas de couro de peixe do Mato Grosso do Sul, entre outros achados que refletem a diversidade dos produtos da agricultura familiar.

Durante os quatro dias da Feira, os gaúchos também poderão celebrar a pluralidade musical e artística que une a raiz cultural e a modernidade do BRASIL RURAL CONTEMPORÂNEO em dois espaços: o Palco Multicultural e o Tablado de Raiz.
No Palco Multicultural se apresentam Gilberto Gil e o repentista baiano Bule Bule, no show de lançamento do CD “Fé na Festa”; e os pernambucanos Otto e Lirinha, este último inédito entre os gaúchos. No Tablado de Raiz estarão presentes grupos como o maracatu rural Estrela de Ouro (PE) e o grupo afro-baiano Zambiapunga. Sempre com participação de artistas locais, entre eles Frank Jorge, Julio Reny, Nei Lisboa, Wander Wildner e Giba Giba.

Mais infos no site: http://www.mda.gov.br/feirars/

O eminente sociólogo português Boaventura de Souza Santos teve a importante iniciativa de fazer uma petição endereçada ao Presidente do STF através da qual faz um desagravo aos quilombolas e aos antropólogos pelas últimas investidas contra os direitos territoriais dos primeiros através da “grande mídia” e, principalmente, uma brilhante síntese do que está em jogo com a votação da ADIN do ex-PFL que se aproxima. Seria importantíssimo que todos nós apoiássemos. Vamos assinar a petição! E vamos divulgar o máximo possível. O link está no final da mensagem original de Boaventura.

Por  favor, assinem esta petiçao e divulguem.
Por favor, firmen la peticion y divulguen.
Please, sign this petition and circulate.

abraços.
abrazo.
regards.
Boaventura

http://www.petitiononline.com/quilombo/petition.html

Nenhum retrocesso no reconhecimento das comunidades quilombolas, que o STF faça JUSTIÇA!